
Karol Józef Wojtyła nasceu em Wadowice, uma pequena localidade ao sul da Polónia. Filho de um tenente do exército dos Habsburgos, também chamado Karol Wojtyła.
Em 1931, morreu o seu irmão de escarlatina. Karol acabou por perder o pai poucos dias antes de completar os seus 22 anos.
Nesta altura a Polónia enfrentava, juntamente com grande parte da Europa, as consequências da invasão alemã e depois da União Soviética da Segunda Guerra Mundial. Durante eeste tempo assistiu, ao assassinato de vários amigos e colegas.
Manifestou o seu interesse pelo teatro, pela música popular e pela literatura. A sua juventude foi marcada por intensos contactos e com a então ameaçada comunidade judaica de Cracóvia.
Durante a experiência da ocupação alemã, trabalhou numa fábrica de produtos químicos para evitar a sua deportação à Alemanha Nazista. Foi Atleta (chegou a actuar como jogador de futebol numa equipa amadora de Wadowice) e também muito religioso, (foi fundador de uma Congregação Mariana no seu colégio), Karol Wojtyła foi ordenado sacerdote católico em 1 de Novembro de 1946 pelo então cardeal-arcebispo de Cracóvia, Adam Stefan Sapieha.
Tornou-se docente de Ética na Universidade Jaguelónica e posteriormente na Universidade Católica de Lublin. Em 28 de Setembro de 1958 foi nomeado bispo auxiliar de Cracóvia e quatro anos depois chega ao cargo máximo na sua diocese. Em 30 de Dezembro de 1963 é apontado por Paulo VI como arcebispo de Cracóvia. Na qualidade de bispo e arcebispo, Wojtyła participou no Concílio Vaticano II, contribuindo para a redacção de documentos que se tornariam na Declaração sobre a Liberdade Religiosa (Dignitatis Humanae) e a Constituição Pastoral da Igreja no Mundo Moderno (Gaudium et Spes), dois dos mais historicamente importantes e influentes resultados do concílio. Foi eleito cardeal pelo Papa Paulo VI a 28 de Junho de 1967.
Após a morte do Papa Paulo VI a 6 de Agosto de 1978, esteve então presente no conclave de 26 de Agosto de 1978, que viria a escolher o Cardeal Albino Luciani ( Joao Paulo I ) para um dos pontificados mais curtos da História. Passados trinta e três dias depois de votar no conclave, no dia 28 de Setembro de 1978, deparou-se com a morte "surpresa" do seu companheiro de trabalho. E assim o cardeal de Cracóvia, Karol Wojtyła. Quando voltou a Roma, ele foi eleito Papa a 16 de Outubro de 1978, e apartir daí dava início a um dos maiores pontificados da história da Igreja Católica.
O conclave que se sucedeu ao inesperado falecimento do Papa João Paulo I, foi dominado por duas correntes que tiveram como candidatos o conservador arcebispo de Génova Giuseppe Siri, e o mais liberal arcebispo de Florença Giovanni Benelli.
Decidiu adoptar o nome de João Paulo II em homenagem ao seu antecessor e rapidamente colocou-se do lado da paz e da concórdia internacional, com intervenções frequentes em defesa dos direitos humanos e das nações.
Foi o Papa mais novo desde o Papa Pio IX porque foi eleito na época com 58 anos, tornando-se assim o Papa cuja acção foi mais decisiva e importante no século XX: as suas viagens ultrapassaram em número e extensão às de todos os antecessores juntos, reunindo sempre multidões; para muitos tinha o carisma do Papa João XXIII; participou em eventos ecuménicos (foi o primeiro a pregar numa igreja luterana e numa mesquita, o primeiro a visitar o Muro das Lamentações, em Jerusalém); procedeu a numerosas beatificações e canonizações.
A primeira metade do seu pontificado ficou marcada pela luta contra o comunismo na Polónia e restantes países da Europa de Leste e do mundo. Muitos polacos consideram que o marco inicial da derrocada comunista foi o discurso de João Paulo II em 2 de Junho de 1979, quando falou a meio milhão de compatriotas em Varsóvia e destacou o trabalho do Solidariedade. "Sem o discurso de Wojtyla, o cenário teria sido diferente. A Solidariedade e o povo não teriam se sentido fortes e unidos para levar a luta adiante", acredita o escritor e jornalista Mieczylaw Czuma. "Foi o papa que nos disse para não ter medo." Dez anos depois, as eleições de 4 de Junho de 1989 houve uma "revolução sem sangue" e houve encorojamento de outros países do bloco comunista a se libertar de Moscovo.
A data tornou-se simbólica da fim do socialismo real. O movimento sindical Solidariedade, liderado por Lech Walesa, obteve a vitória nas primeiras eleições parcialmente livres de todo o bloco comunista.
João Paulo II criticou fortemente a aproximação da Igreja com o marxismo nos países em desenvolvimento, e em especial a Teologia da Libertação.
"Não é possível compreender o homem a partir de uma visão económica unilateral, e nem mesmo poderá ser definido de acordo com a divisão de classes.", disse aos bispos brasileiros em 26 de Novembro de 2002. Durante a sua visita a Cuba, em Janeiro de 1998, que marcou o fim de 39 anos de relações tensas entre a Igreja Católica e o regime de Fidel Castro, condenou o embargo económico dos E.U.A. ao país. Em 2003, por intermédio do cardeal Angelo Sodano, enviou uma carta ao presidente Fidel Castro criticando "as duras penas impostas a numerosos cidadãos cubanos e, também as condenações à pena capital".
Foi promotor de uma aproximação às outras grandes religiões monoteístas do mundo, João Paulo II enfrentou no entanto acusações de "proselitismo agressivo" feitas pelo mundo ortodoxo.
A reconciliação com os judeus marcou a sua viagem à Terra Santa em Março de 2000 e uma "viragem" nas relações entre as duas religiões.
A mediação pontifícia de João Paulo II permitiu que o Chile e a Argentina chegassem a um acordo no conflito sobre os seus limites territoriais na região austral (Canal de Beagle) que ameaçava levar os dois países à guerra.
Em 22 de dezembro de 1978 o Papa enviou o cardeal italiano Antonio Samoré ao governo dos dois países como emissário pessoal o que levou a assinatura dos Acordos de Montevidéu, no Palácio Taranco, a 18 de janeiro de 1979, através do qual os dois Estados recorreram formalmente à mediação do papa, e à conclusão do dissentimento sobre a Região Austral, com a assinatura do Tratado de Paz e Amizade assinado diante do papa, na Capela Paulina (Vaticano), no dia 29 de novembro de 1984.
Três anos depois de ter sido eleito Papa, é vítima de grave atentado na Praça de São Pedro, no dia 13 de Maio de 1981, por parte do turco Ali Agca, o atentado contra o papa terá sido decidido pelo ditador comunista Leonid Brejnev e organizado por serviços militares soviéticos, os serviços búlgaros teriam servido de "cobertura", enquanto que a Stasi, da RDA, teria sido encarregada da "desinformação".
Agca passou 19 anos em prisões italianas, sendo depois extraditado para a Turquia, onde foi condenado a prisão perpétua pelo assalto a um banco nos anos 1970 e pelo assassínio de um jornalista em 1979, pena depois comutada para dez anos de prisão.
Internado de urgência na Policlínica Agostini Gemelli, o papa foi submetido a delicada cirugia de cinco horas e vinte minutos, com extirpação de 55 centímetros de intestino. A 20 de Junho, 17 dias depois de ter alta, é internado de novo na mesma clínica de Roma para ser tratado de uma infecção de cytomegalovirus, resultante da operação anterior.
Coincidentemente, os tiros disparados contra o Papa foram feitos no dia 13 de maio, pois nesta data em 1917, Nossa Senhora de Fátima teria feito a sua primeira aparição aos três pastorinhos. O Pontífice sempre afirmou que a Virgem Maria "desviou as balas" e salvou a sua vida nesse dia. Um ano depois, a 13 de maio de 1982, já recuperado, o Papa João Paulo II visita pela primeira vez o Santuário de Nossa Senhora de Fátima para agradecer à Virgem o ter salvo.
O Santo Padre ofereceu uma das balas que o atingiu ao Santuário.
Essa bala foi posteriormente colocada na coroa da Virgem, onde permanece até hoje.
Nos ultimos anos de vida, já com a doença de Parkinson muito avançada, decidiu aparecer na janela do seu escritório no dia 30 de Março de 2005 para tranquilizar os católicos, sendo aí muito evidente que o seu estado era extremamente débil.
No último Domingo de Páscoa, o Papa ainda abençoou os fiéis, mas pela primeira vez no seu pontificado não conseguiu pronunciar a tradicional 'Urbi et Orbi'.
Às 21h37, hora de Roma, no dia 2 de Abril de 2005, o Mundo parou perante a notícia da morte do Santo Padre mais viajado de sempre. As exéquias fúnebres decorreram na Praça de São Pedro, pela manhã do dia 7 de Abril de 2005. A cerimónia fúnebre teve a duração de três horas, sob alta segurança, presidida pelo Cardeal Joseph Ratzinger, actual Papa Bento XVI.
Assistiram 2500 convidados, entre os quais Chefes de Estado, primeiros-ministros, e outras personalidades. O corpo de João Paulo II está sepultado nas Catacumbas Vaticanas.
Sua Beatificação :
Seis anos após seu falecimento, no dia 1° de maio de 2011 às 10h37 (horário de Roma), a sua beatificação foi proclamada pelo Papa Bento XVI. Ele, acolheu o pedido do vigário de Roma, Agostino Vallini, leu a fórmula latina que incluiu o papa polaco entre os beatos. O seu processo de beatificação foi o mais rápido dos últimos 700 anos, sendo o processo de canonização mais rápido até hoje o de Santo Antonio de Lisboa que foi canonizado apenas 11 meses após sua morte.
A celebração de seu dia será o 22 de outubro, aniversário de sua eleição ao pontificado.
A cerimônia foi acompanhada na Praça de São Pedro por mais de um milhão de pessoas, vindas de todos os continentes, com aplausos e cantos religiosos.
Bento XVI celebrou a cerimónia - com paramentos que pertenceram a seu antecessor , acompanhado por cardeais presentes em Roma como Stanisław Dziwisz e por Mieczysław Mokrzycki, ex-primeiro e segundo secretário particular de João Paulo II.
Bento XVI recebeu uma relíquia contendo o sangue de João Paulo II, que lhe foi entregue por Marie Simon Pierre Normand. O milagre com que foi tocada a religiosa foi um dos factores importantes e decisivos para a beatificação de João Paulo II.
Bento XVI também declarou que o processo de beatificação foi acelerado devido à grande veneração popular por Woijtila.
Para terminar resta-me deixar uma mensagem de agradecimento a este Homem que mostrou a Mundo, que se lutarmos para vencer, nós conseguimos. Todos somos capazes de lutar como ele fez, demonstrando ao Povo Católico do Mundo que Ele estava bem, bastava ter o apoio de milhares de Fiéis. Obrigado Santo Padre, que agora Nª Srª de Fátima o proteja, tal como Ele nos protegeu (...)
Papa João Paulo II